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sábado, 16 de novembro de 2013

Entrando para o seleto grupo!

Olá pessoal, infelizmente ainda não é um novo post sobre um novo arco, mas sinto-me feliz pois este artigo que eu estava aguardando bastante tempo para poder escreve-lo.

Trata-se da continuação do artigo do "Arco canhoto para um destro", que conforme descrito anteriormente foi confeccionado para o amigo cuteleiro Luciano Chaves.

Como somos amigos de longa data, e num bate-papo pelo facebbok acabamos por combinar uma troca, eu lhe faria um arco e ele me faria uma faca. Pois bem, eu como bowyer amador vi-me diante de um grande desafio, pois chegar próximo de agradar um cuteleiro profissional de olho clínico, artista de mão cheia é coisa muito difícil. Por isso mesmo fiz o arco com muito cuidado e, como comentamos posteriormente, comecei a tratar sua confecção como uma troca de presentes, não de mercadorias, pois eu cheguei à conclusão que não poderia alcançar a excelência da técnica do cuteleiro, mas poderia fazer o meu melhor.

Por uma série de fatores, acabei por concluir o arco antes da faca estar pronta, e por conhecer o amigo a muitos anos não relutei em enviar-lhe de imediato o meu trabalho.

Enquanto isso, o Luciano Chaves me matava de ansiedade enviando fotos do processo em doses homeopáticas, demonstrando desde o forjamento a bela faca que me esperava:

 Nota-se a qualidade do artesão, sem entrar nos méritos da diferença entre faca forjada e faca desbastada, mas é clara a "mão" do cidadão na forja quando se percebe o quão próximo do formato final ele consegue chegar apenas com forja, bigorna e marreta.








Aqui uma prévia do tamanho final, com a régua ao lado da lâmina, aproximadamente 10".











Não preciso dizer que a chegada das fotos me animou e a o mesmo tempo aumentou a ansiedade de poder ver com as mão a minha faca.

O modelo foi escolhido a partir de algumas fotos que mandei para ele, e que numa percepção bem afinada do gosto do freguês foi sugerida uma releitura de uma faca de combate.

Inicialmente o modelo imaginado seria uma bowie, que não deixa de ser uma faca de luta também, mas com forte apelo de faca de campo. O cuteleiro trabalhou então dentro destes limites, uma faca grande e parruda, com visual agressivo típico de uma figther mas com algumas características típicas das bowies e camp kinifes, uma vez que a principal aplicação da faca seriam aventuras no mato e usos diversos de acampamento, fazendo às vezes de facão, machado e faca para preparo de alimentos.

Conforme as novas fotos iam chegando a minha certeza de que o projeto estava dando certo iam ficando cada vez mais evidentes.


Aqui já a lamina no formato final, porém sem tratamento térmico e acabamento ainda.












Mais uma foto com a régua para noção de tamanho, notem que as medidas alteraram muito pouco para a foto do forjamento, mais uma prova da precisão fantástica do cuteleiro no processo de forjamento.








Esta já está nos finalmentes, junto com outros dois trabalhos que ele combinou de entregar durante o Salão Paulista de Cutelaria.


O detalhe está para a marca já cunhada e para o tarugo de aço inox usado para a guarda, já devidamente assentado e aguardando para ser esculpido.


Depois de algum tempo de 'silencio" o amigo Luciano Chaves me surpreendeu com esta foto da faca terminada, poucos dias antes do evento de cutelaria, escolhido para a entrega do presente:


Nem preciso dizer que meu sono foi sensivelmente atrapalhado pela ansiedade de estar com esta obra de arte em mão, e também de poder agradecer o artista pessoalmente.

Já podemos observar o cuidado com os detalhes, na precisão da escultura da guarda, os espaçadores em papel vulcanizado que emprestam à peça uma elegância excepcional.

Para concluir, a ultima foto que recebi, e que me deixou boquiaberto com a qualidade dos detalhes foi da faca com sua futura bainha, ainda semi-acabada e sem a pintura definitiva.



O cuidado do amigo em fazer não somente uma bainha para a faca, mas sim "A Bainha" toda trabalhada com um padrão trançado demonstra não só a capacidade artística do cuteleiro, a capacidade de adequar um estilo agressivo de luta a um conjunto com ar clássico e o claro intuito de agradar o "cliente" visto que o produto a ser entregue era apenas a faca.

Não poderia deixar de ter uma foto dos amigos no Salão de Cutelaria, na entrega do tão sonhado objeto de desejo, e explicação para o título do post "Entrando para o seleto grupo!" pois a partir de agora sou o feliz proprietário de uma faca artesanal customizada, com características únicas e muito superiores às facas comerciais.


Sobre a mesa outros trabalhos maravilhosos do amigo, e que são sua especialidade, machados medievais!

 

Aqui outro sonho de consumo, uma espada feita também pelo cuteleiro, e levada ao evento por um cliente satisfeito, que de tempos em tempos faz uma visita para saber se as peças necessitam de manutenção.

Por fim, Uma foto que eu fiz assim que cheguei em casa, e uma foto do arco objeto da "barganha" 






Ao meu amigo Luciano Chaves meu Muito obrigado!!!

E aos amigos que acompanham o blog, fica a minha dica, para quem por um acaso tenha o desejo de possuir uma faca exclusiva, de características superiores, seja para coleção ou para uso pesado, não deixem de entrar em contato com o Cuteleiro Luciano Chaves .

Espero que tenham gostado, um forte abraço e bons tiros! 

domingo, 20 de outubro de 2013

Velho e leal companheiro!

         Chateado com a produção parada por problemas logísticos, e também injuriado pelo tempo sem novas postagens aqui no blog, resolvi fazer um post para mostrar um pouco do meu arco "particular".

         O arco em questão em quase nada se difere dos arcos que tenho mostrado por aqui, até porque ele foi o primeiro de uma série, e inspiração para os meus atuais trabalhos.

         O que mais me preocupa durante a confecção de um arco, não levando em consideração a simetria da curvatura e integridade estrutural (pois sem estas características fica até difícil chamar de arco) é a sua durabilidade. É muito fácil esperar que um arco feito de materiais sintéticos de boa qualidade e excelente controle de procedimentos de fabricação tenha longa vida, mas no caso dos arcos artesanais, em especial os arcos de madeira, é uma vitória passar incólume pela etapa de desbaste e ajuste (tiller), etapa esta que é o terror de muitos bowyers pois de fato é a mais arriscada a ter um arco quebrado e um artesão com "cara de bunda" diante de um trabalho arruinado.

         Comecei a aprender sobre a construção de arcos, em meados de 2001 quando "acidentalmente" encontrei o artigo do meu Amigo Tulio Ottoni sobre a confecção de arcos primitivos e me apaixonei definitivamente pela arte. Desde então, as vezes mais, outras vezes menos, eu sempre estou em algum projeto com meus arcos. 

         O arco que mostro aqui neste artigo, é o mesmo que figura a postagem do quiver de pobre, que publiquei a uns meses atrás, e que estava merecendo um destaque aqui pela sua longevidade. A sua conclusão se deu em agosto de 2006, e ele tem feito muitos tiros desde então, sem perder potência e não demonstrar nenhum sinal de deterioração, o que me leva a crer que terá ainda uma longa vida útil pela frente. Evidentemente que alguns sinais de uso foram aparecendo, alguns riscos, escurecimento da madeira mais clara etc, mas tudo contornável com certa manutenção.

         Esta foto foi tirada assim que o arco ficou pronto em 2006, está com uma corda de dacron vermelho, que eu achava muito bonita.




Aqui é uma foto atual, já com o back quiver, flechas e meu chapéu:






         As flechas fora da aljava estão com pontas de caça compradas na 3rivers, e as que estão dentro usam pontas de treino feitas de latão compradas na velox.

         Este arco já sofreu alguns abusos como por exemplo passar o dia armado e debaixo de sol forte durante o treino, ou dormir encordoado algumas vezes, mas permanece em perfeitas condições de uso.

         No momento estou aguardando os problemas se resolverem e a normalidade da oficina reinar para que eu possa providenciar um substituto para ele, que não será aposentado definitivamente, mas que será devidamente poupado como merece um amigo leal de longa data.

         Espero que tenham gostado, e também espero poder o mais breve possível colocar fotos de novos trabalhos.

         A todos um forte abraço, e bons tiros!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Estilingues

Em uma troca de informações com alguns amigos em outro site, tive minha atenção voltada para um brinquedo que se bem feito e principalmente se bem usado pode ser muito útil e divertido: o estilingue

Quem nunca teve ou nunca brincou com um estilingue (funda, atiradeira ou bodoque, depende da região) que atire a primeira pedra...rsrsrsrs

Objeto enraizado na cultura brasileira, e que hoje é levada muito a sério no exterior, tendo inclusive sites e lojas especializados na sua confecção, bem como campeonatos de tiro com estilingue. Pode ser um simples brinquedo e até mesmo uma excelente ferramenta de sobrevivência, não devendo ser subestimado em sua potencia, e até mesmo, porque não dizer em sua letalidade.

Em minha mochila de camping (que também é um bug out bag, ou kit de sobrevivência apocalíptico) sempre carrego um estilingue, que antes deste "despertamento" era bem simples e pouco potente, tendo em vista seu principal objetivo, de lançar amarrações, colher frutas altas e eventualmente uma caça de pequeno porte para subsistência.




Aproveitando um pequeno tempo livre neste fim de semana extremamente corrido que tive, colhi uma forquilha bem simétrica em uma ameixeira (madeira boa inclusive para a confecção de arcos) e depois de devidamente desbastada demonstrou uma robusta e ergonômica forquilha.

Primeiro fiz um teste de resistência e proporção, fazendo a fixação da borracha através de finas tiras de camara de ar. A escolha foi usar tiras duplas, para melhorar a potência. Cabe lembrar que em experiências concluí que para estilingues fica mais eficiente usar uma borracha mais fina, ou mesmo duas finas em detrimento de uma borrachona grossa, visto que perde-se muita velocidade no uso de borrachas muito grossas.



Constatado o equilíbrio do conjunto, decidi melhorar o sistema de fixação, acrescentando tubos da própria borracha ao encaixe no couro e fixando a borracha à forquilha através de furos. o resultado foi um conjunto mais limpo e de mais fácil manutenção.

usei chumbos de carabina de pressão 5,5 dentro das "tripas de mico" para a fixação, mas pedrinhas, chumbos esféricos de pesca ou mesmo pequenas esferas de rolamento fariam bem o mesmo serviço


Espero que tenham gostado e que desperte nos amigos o interesse neste brinquedo tão simples e ao mesmo tempo tão divertido, cujos princípios do tiro instintivo ajudam e muito no tiro com arco.

Grande abraço e bons tiros!


domingo, 19 de maio de 2013

Arco canhoto para um destro!

Isso mesmo,

         Terminei recentemente um arco para um grande amigo, e de todas as particularidades esta é a que marcou o trabalho. Este amigo embora seja destro para as demais atividades, relata que para o tiro com arco (ou com estilingue também) simplesmente não consegue se sentir seguro atirando da forma usual de um destro, ou seja, empunhando o arco com a mão esquerda e puxando a corda com a direita, para tal então me solicitou que construísse seu arco como se fora para um canhoto.

         Confesso que relutei inicialmente com receio de "matar" o arco com a janela no lado oposto, mas depois de ser assegurado pelo amigo que aquele era realmente a maneira como ele empunhava, acabei por encarar a particularidade como um alívio para o meu natural ciúme dos arcos que faço, pois para mim de nada adiantaria ficar com um arco para canhoto.

         Passadas as etapas iniciais, de laminação do bambu para o backing, preparo da madeira e colagem, comecei a trabalhar com o pedido do amigo, de que o punho fosse laminado com madeiras de cores contrastantes. Inicialmente ele se prontificou em me enviar alguns pedaços de madeiras que ele tinha, mas depois acabamos por optar usar as madeiras que eu tinha já em mãos.

         As madeiras de escolha foram as já utilizadas anteriormente em outros arcos em configurações diversas, o próprio Ipê e Pau-brasil, para demarcar a laminação e trazer um contraste maior, acrescentei um folheado claro, de pau-marfim que deu um bom contorno aos desenhos revelados pela usinagem do punho.

         Uma "novidade" é que para proporcionar juntas mais limpas entre as colagens, substitui nesta parte o uso da cascophen pela resina epoxi, que é transparente e proporciona um melhor acabamento. apenas mantive a cascophen na colagem do punho ao arco, por necessitar de resistência extra naquele ponto.

Aqui logo após a colagem e corte inicial do perfil.



Já inciado o desbate, dando "cara" de riser ao laminado.


         É interessante comentar que cada arco se torna único não somente pela mão do bowyer, mas principalmente pelas características da matéria prima empregada. a madeira mesmo depois de cortada e seca, parece se manter de certa forma "viva", pois as reações aos procedimentos de confecção nunca são uniformes. Este arco por exemplo, feito com as mesmas características do anterior, guardou uma forma mais suave no reflex/deflex não se acentuando como no seu irmão mais velho.

Imediatamente ao ser retirado da forma de colagem, mostrou curvas mais suaves do que o seu antecessor


Após a modelagem do punho, e as etapas iniciais do tiller, me dediquei a uma técnica até então inédita para mim, inspirada no trabalho do futuro dono do arco, meu amigo e excelente cuteleiro Luciano Chaves, cujos trabalhos de qualidade top podem ser apreciados AQUI , mais especificamente inspirado neste belíssimo tomahawk de sua lavra:

É evidente que ainda estou a léguas de distância da qualidade, simetria e acabamento conseguidos pelo nobre amigo cuteleiro.

Os inserts deste machado são de marfim, material que obviamente não tenho acesso, e por este motivo utilizei o menos nobre osso para o meu trabalho.


          
         Notem que propositalmente desloquei o "centro" dos inserts para o centro de apoio da mão, e não o centro geométrico do punho, de forma que se empunhando o arco, fiquem visíveis, e não entrem em "conflito visual" com os detalhes da janela no lado oposto. 
         Apesar de não ser tão elaborado como os inserts do machado que lhe deu inspiração, gostei do resultado, que trouxe uma sutil delicadeza ao trabalho.

         Na face oposta ao punho, no back do arco, foi acrescentado uma tira de pau-brasil para melhor ergonomia e composição estética.

         Como no arco anterior, acrescentei uma proteção de couro no local onde se apoia a flecha, que protege a flecha e também a janela do arco dos impactos provenientes do disparo, bem como compõe o visual.


         
          Finalizei o trabalho com nocks com pau-brasil, de forma bem alongada e suave.




         O arco finalizou com aproximadamente 45" @ 28", tendo 67" de comprimento de nock a nock.



     

          Assim como os anteriores, o arco fez jus as características do conjunto ipe+bambu, proporcionando um arco de secção bem fina, tornando-o leve, macio de se puxar e de tiro bem rápido. A corda é de Dacron com serving de poliéster encerado.

         Abaixo mais algumas fotos do trabalho concluído, espero que gostem:








domingo, 24 de março de 2013

Longbow quase recurvo

            Começo explicando o motivo do título da postagem, tenho feito os meus arcos no modelo longbow formato deflex-reflex, que é uma curvatura positiva na área do punho, que alivia as tensões alí, evitando entre outros problemas o descolamento do punho, e curvaturas suaves na região das pontas da lâmina, que servem para contrabalancear a perda de tensão ocasionada pelo deflex no riser e concomitantemente agregar velocidade ao arco, pois devido ao formato das laminas ganha-se em tensão e em eficiência na alavanca. Os recurvos tem o esta característica pois geometricamente "diminui" o comprimento da corda quando se está próximo da posição de repouso e aumenta na puxada completa, isto se reflete numa curva de potencia/velocidade similar ao dos arcos compostos.



           Diferente dos arcos anteriores, em que a curvatura negativa da ponta das lâminas se amenizou no processo de tillering pelo "amaciamento" do arco, este ultimo mostrou uma leve acentuação na curvatura, talvez pelas características específicas do pedaço de ipê que utilizei (notei que era mais denso que os demais). Não pode ser considerado ainda, na minha opinião um recurvo, pois o mesmo quando armado não "reduz" o tamanho da corda na posição de descanso, mas chega bem próximo a isso.


           O processo de fabricação se manteve o mesmo, preparo do bambu, preparo do stave de Ipê, curvatura no vapor, colagem do backing, colagem e modelagem do punho, tiller, colagem e modelagem dos nocks e acabamento final.

           Como tenho buscado fazer em todos os meu trabalhos, procuro acrescentar detalhes que tornem casa arco único, ainda que pelas características gerais dos arcos feitos totalmente de materiais naturais todos de certa forma são exclusivos. Neste caso, fiz um detalhe no punho que já desejava experimentar faz algum tempo, uma colagem em curva, de uma fina ripa de pau-brasil, gostei muito do resultado e pretendo repetir com algumas variações em arcos futuros.

          Além do detalhe da colagem, este riser ficou com curvas um pouco menos agressivas. gosto de punhos com curvas bem definidas e estilo agressivo, mas penso que o visual ficou bem harmônico neste arco.

          Como resolvi experimentar no meu arco e gostei do resultado, acrescentei "de fábrica" uma proteção de couro para a janela do arco, usei a parte camurçada do couro, por ser mais rústica. Minha intenção é usar couro com pelos ao menos na parte de baixo, mas ainda não tenho a matéria prima necessária. os pelos deixam a haste ligeiramente suspensa, o que diminui o atrito e evita que a base das penas bata no arco.

           Na parte da frente do riser, sobre o backing de bambu, colei uma pequena tira de madeira de demolição, já bem seca e estabilizada, e com os aneis de crescimento na transversal e bem aparentes, com motivo estético e ergonômico, pois quebra a quina que teria caso deixasse somente o bambu.

          Os nocks foram feitos de madeira, uma pequena laminação de Ipê e pau-brasil com um formato bem ogival



          Este arco tem me surpreendido em diversos aspectos, o primeiro no formato que deu origem ao título da postagem, e outra surpresa foi na sua potência, que estava calibrada para aproximadamente 45 libras e depois de alguns dias de descanso subiu para 50 libras ou mais (com a margem de erro da minha balança que não é lá essas coisas)
          Apesar do "erro" na medida da potência pretendida, o arco está extremamente suave de puxar, vindo somente a "endurecer" faltando 2 ou 3 polegadas para a puxada completa. Ficou um arco bem rápido, embora eu não possua no momento equipamento para medir a velocidade dos tiros, empiricamente pude perceber que as flechas tiveram um voo bastante tenso.
          A corda fiz com o mesmo material das demais, dacron 50 de cor azul, que é o que tenho disponível no momento. a única mudança foi no enrolamento do serving, que substituí a linha de nylon de capoteiro, por poliéster encerado (o mesmo usado na confecção de cordas) e apesar do acabamento mais espartano, conferiu um maior conforto na puxada, uma vez que não uso luvas ou qualquer outra proteção nos dedos para atirar.

          Sem mais delongas, deixo algumas fotos do arco pronto. espero que todos gostem, principalmente o futuro proprietário.







           Não menos importantes, as medidas do arco ficaram em 65 polegadas de nock a nock, com potencia de aproximadamente 50 libras à 28 polegadas de puxada.
          O full draw ficou extremamente macio, será um arco muito bom para a caça, e como nos demais está batendo aquele ciúme ferrado em deixa-lo ir.

               PS. A postura não está das melhores pois eu tentei deixar o arco o mais reto possível para a foto.


Um abraço a todos, e bons tiros!
          

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Longbow Ambidestro

          Apresento aos amigos mais um trabalho recentemente concluído: Um arco ambidestro.

          É o primeiro com tal característica que faço, e que na verdade só foi feito por pedido do cliente. Como poderão observar mais adiante, as janelas são ligeiramente mais rasas em comparação com um arco comum, para não fragilizar demais a área de corte.

          O material de confecção foi o mesmo de sempre, backing de bambu com Ipê e madeiras diversas no riser.

          Não vou detalhar a construção deste, pois o mesmo seguiu o mesmo processo de fabricação do Longbow do Aventureiro, e pelo fato de, por falta de tempo, eu não ter registrado fotograficamente as etapas de construção. Portanto vamos às fotos do arco pronto:




          O riser foi laminado com 4 madeiras diferentes, seguindo uma gradação de tom, do mais avermelhado no centro ao mais castanho na parte externa, na parte da frente há um detalhe de couro rígido para melhor ergonomia do conjunto.
          O formato reflex/deflex foi mantido, pois aumenta a velocidade do arco ao mesmo tempo que alivia pressão no centro do arco.






Os nocks também foram laminados em madeira e bambu.



Mais algumas fotos do trabalho, com algumas flechas, aljava e chapéu compondo a "paisagem"








As características do arco são:





Espero que tenham gostado!

Um abraço a todos e bons tiros!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Bow Quiver de pobre!

        
         Tomando emprestada a fantástica ideia divulgada por Dave Canterbury em seu canal no you tube, resolvi experimentar e adaptar ao que eu tinha em mãos, e novamente me surpreendi com a eficiência das soluções mais simples.

          Com algumas poucas adaptações com relação ao projeto original, sendo uma delas aproveitar um chinelo estragado e não um novo como ele usou, e usar um único chinelo para fazer as duas partes. Outra coisa que fiz diferente é que ao invés de cortar longitudinalmente a parte que é fixa nos braços do arco, e prender com braçadeiras, fiz um furo no formato da lâmina e encaixei por cima.

          Usei uma lixadeira de para moldar os pedaços de chinelo, mas poderia apenas ter cortado com uma faca ou tesoura grande. Os furos foram feitos com uma furadeira e uma broca do mesmo diâmetro das flechas, a broca não precisa ser menor, porque mesmo furando a borracha do chinelo, os furos ficam menores depois que se retira a broca. 




          Como exemplo coloquei quatro flechas com pontas de caça, mas servem também para as flechas de treino.

       Notem que duas flechas são de madeira e duas de fibra de carbono, ambas são empenadas com penas naturais com nocks e pontas da 3rivers.

          Este tipo de aljava é usada na maioria dos casos para a caça, pois a colocação e a retirada das flechas não é tão rápida quanto em um backquiver ou sidequiver. 

          Mas deste modo, além das flechas ficarem absolutamente imóveis, não fazendo nenhum tipo de ruido, o equipamento é carregado em um único volume, ficando sempre à mão do arqueiro, seja na espera ou num esbarro.

          A capacidade também é menor, visto que numa situação de caça, dificilmente será preciso usar mais do que duas flechas.





          Independente da questão de se caçar ou não, questão esta que não será discutida aqui, e que não faz parte do objetivo do post, achei interessante compartilhar, tanto pela aplicação prática do acessório quanto pela genial simplicidade de sua execução. 



          Deixo com vocês o vídeo do Dave caso tenha ficado alguma dúvida quanto ao processo de fabricação do quiver.





Um abraço a todos e bons tiros!